0

A mãe mais legal do mundo!


Eu quero trocar de mãe!
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...
0

Haver ou a ver

Esse é um dos erros mais comuns de nossa queria língua portuguesa. Até bobo! Porém, que passa despercebido, sim, em um momento de correria. O fato de possuir diferentes empregos e flexões para o verbo Haver é a desvantagem em um momento de "pensa rápido". Então, de forma simples, pense primeiro e grave:

- Dentre todos os empregos para o verbo Haver, NÃO EXISTE com o significado de associação, combinação, ligação íntima.

Logo, se ele não tem nada a ver (ou nada que ver) com você. Acredite! Da mesma forma em que aquela roupa tem tudo a ver com você.
0

Anúncio de Emprego

Uma verdade dita por Max Gehringer


“Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que, agora, dá-se à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e, não bastasse tudo isso, fossem HANDS ON.
Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada e incrível gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.
Muitos, de fato, saltam. E se empolgam. Então, aí vêm as agruras da super qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico…
Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a "Fabiana" conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno; e um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade. 

Seu Borges: Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana: In a hurry!
Seu Borges: Saúde.
Fabiana: Não, Seu Borges! Isso quer dizer “bem rapidinho”. É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas, por que a empresa exige fluência em inglês se, aqui, só se fala português?
Seu Borges: E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana: O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges: Não, não. Cópias normais mesmo.
Fabiana: Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges: Fabiana, desse jeito não vai dar!
Fabiana: E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges: Como assim?
Fabiana: É que eu sou líder e não tenho ninguém para liderar. Considero isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges: Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana: Com certeza. Mas, antes, vamos discutir meu futuro…
Seu Borges: Futuro? Que futuro?
Fabiana: É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges: Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana: Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges: Hã?
Fabiana: Hands on… Mão na massa.
Seu Borges: Claro que sou!
Fabiana: Então, o senhor mesmo tira as cópias. E, agora, com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas, não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.

Alguém ponderará dizer - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada e as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.
Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!
Um dia, um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e, no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. Então, todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática, energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação… Só que não sabia nem abrir o capô.
Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava “nóis vai” e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados e ele foi embora feliz da vida.
Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz:
O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS, NÃO DE IMPRESSIONAR.”

Fonte: Originalmente, publicado na revista Exame (12/2007).